“Gripe aviária no RS: governo declara emergência e ovos são destruídos”

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“Medida visa conter avanço da doença após detecção do vírus em criação doméstica no interior do estado”

O Rio Grande do Sul decretou emergência zoossanitária neste sábado (17) após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja de aves comerciais no município de Montenegro, detectado na quinta-feira (15). A medida, válida por 60 dias, abrange 12 municípios e tem como objetivo conter a disseminação da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), vírus altamente transmissível entre aves.

A medida abrange 12 municípios da Região Metropolitana e do Vale do Caí, incluindo Montenegro, Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão, segundo informou o governo estadual.

Brasil mantém alerta para casos de gripe aviária (Foto: Luiz Agner/IBGE)

Surto também afeta zoológico e leva à eliminação de ovos

O estado de emergência no Rio Grande do Sul foi motivado não apenas pelo foco identificado em uma granja de Montenegro, mas também pela detecção do vírus da gripe aviária em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul. Até o momento, o surto já resultou na morte de cerca de 17 mil aves comerciais, além de 38 cisnes e patos no zoológico.

No sábado (17), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que ovos para incubação oriundos da granja afetada foram rastreados e localizados em três estados: Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Como medida preventiva, e seguindo o plano nacional de contingência para influenza aviária e doença de Newcastle, foi determinada a destruição desses ovos.

Em nota oficial, o Mapa destacou que não há evidências de que os ovos estejam contaminados, mas reforçou que todas as ações sanitárias necessárias estão sendo adotadas para proteger a produção avícola do país.

Destruição de ovos e alerta internacional

Os ovos destinados à incubação, utilizados na reprodução de aves e não no consumo humano, começaram a ser eliminados pela granja de Montenegro onde foi detectado o foco da gripe aviária. Segundo informações do g1, a medida é parte do protocolo sanitário para conter a disseminação do vírus.

A confirmação do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Brasil chamou a atenção da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Em nota, a entidade destacou que o registro representa uma mudança significativa no comportamento do vírus, que até então havia sido identificado apenas em aves silvestres ou criadas de forma doméstica.

A FAO ainda alertou para a disseminação acelerada da doença na região: desde 2022, mais de 4.700 surtos de gripe aviária altamente patogênica foram reportados na América Latina e no Caribe, atingindo não só aves comerciais e migratórias, mas também mamíferos marinhos e animais domésticos.

Vírus avança com aves migratórias e preocupa autoridades internacionais

A disseminação do vírus da gripe aviária tem seguido as rotas migratórias naturais das aves, ligando ecossistemas que se estendem do Canadá até o extremo sul do continente, na região da Terra do Fogo, compartilhada por Argentina e Chile.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), além de representar um risco significativo para a saúde animal, a presença do vírus levanta preocupações crescentes devido ao seu potencial de transmissão entre aves vivas e humanos. A entidade também destaca os impactos que o surto pode gerar nos sistemas alimentares, na biodiversidade e na saúde pública da América Latina.

Apesar do alerta, a FAO tranquiliza a população quanto ao consumo de carne de frango e ovos, desde que devidamente cozidos, afirmando que o risco de infecção para humanos segue considerado baixo.

Reproduçõa de foto/internet

Nos últimos meses, surtos de influenza aviária de alta patogenicidade também foram notificados em diversos países da região, como Argentina, Colômbia, México, Panamá, Peru e Porto Rico.

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