“Escalada de tensões no Oriente Médio reacende temores de guerra regional após ofensiva mútua entre Teerã e Tel Aviv.”
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Nesta sexta-feira (13), Israel foi alvo de intensos disparos de mísseis lançados pelo Irã, em resposta a bombardeios israelenses realizados durante a madrugada. O alarme de ataque aéreo foi acionado em várias regiões do país, marcando o início de uma escalada militar. Horas depois, uma nova onda de projéteis foi lançada, com alguns conseguindo furar o sistema de defesa israelense, provocando feridos e danos materiais. A dimensão total do impacto ainda está sendo avaliada.
Segundo autoridades locais, cerca de 100 mísseis foram disparados em duas etapas a partir do território iraniano. Embora a maioria tenha sido interceptada pelo avançado sistema antimísseis conhecido como Domo de Ferro, as Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram que alguns mísseis atingiram edifícios e infraestruturas, atribuídos a falhas pontuais na interceptação.
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Imagens divulgadas nas redes sociais revelam edifícios em chamas e estruturas parcialmente destruídas após os ataques. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), ao menos 21 pessoas ficaram feridas, incluindo duas em estado grave.
Na sequência dos primeiros disparos, uma nova leva de mísseis foi lançada. Apesar das tentativas de interceptação, alguns projéteis conseguiram atingir o território israelense. “Equipes de busca e resgate estão atuando em diferentes pontos do país após relatos de impactos diretos”, informaram os militares em comunicado.
Durante a ofensiva, militares americanos posicionados em duas bases no Oriente Médio foram direcionados a abrigos de proteção. Soldados localizados na União III, na Zona Verde de Bagdá, e na base de Al-Tanf, na Síria, permaneceram cerca de uma hora em situação de alerta máximo dentro dos bunkers.
Conflito entre Irã e Israel se intensifica com ataques aéreos, mortes e ameaças de retaliação
Israel realizou mais de 200 ataques aéreos contra alvos no Irã entre a noite de quinta-feira e a manhã de sexta-feira, como parte de uma operação militar em larga escala. Segundo o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), general Effie Defrin, a ofensiva mira instalações nucleares, cientistas e altos comandantes militares iranianos. Os bombardeios continuam em andamento, segundo ele.
O Irã reagiu rapidamente, lançando mais de 100 drones contra território israelense, de acordo com as IDF. A maioria foi interceptada, mas o exército confirmou que parte dos UAVs chegou ao destino. “Agimos com precisão e coordenação para neutralizar as ameaças”, declarou Defrin em pronunciamento noturno.
O embaixador do Irã na ONU relatou que os ataques israelenses deixaram pelo menos 78 mortos e mais de 320 feridos. Já o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, prometeu uma resposta “forte, racional e implacável”, enquanto o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que Israel ficará “indefeso” diante da reação iraniana.
Após os primeiros bombardeios, caças israelenses atacaram uma instalação nuclear na região de Isfahan, no centro do Irã, segundo comunicado oficial das IDF. A operação teria atingido locais ligados à produção de urânio metálico e outras infraestruturas sensíveis.
Apesar de não participar diretamente dos ataques, os Estados Unidos ofereceram suporte a Israel na interceptação de mísseis iranianos, conforme confirmado por fontes do governo americano à CBS News. Durante os confrontos, tropas dos EUA foram levadas a bunkers em bases no Iraque e na Síria, em estado de alerta.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, reforçou que Washington não esteve envolvido nas ações ofensivas israelenses. O Departamento de Estado avisou com antecedência seus aliados regionais sobre a operação. “O Irã não deve mirar em forças ou instalações dos EUA”, alertou Rubio.
O ex-presidente Donald Trump também se manifestou. Em postagens na rede Truth Social, afirmou que o Irã ignorou repetidas oportunidades de fechar um acordo sobre seu programa nuclear. “Já houve mortes demais. Ainda há tempo para evitar mais destruição, mas o Irã precisa agir antes que seja tarde demais”, escreveu. Trump disse ainda que havia dado um ultimato de 60 dias ao regime iraniano, que se esgotou na sexta-feira.
Israel, por sua vez, afirmou ter conseguido neutralizar defesas aéreas do Irã e eliminado alvos estratégicos. O premiê Benjamin Netanyahu declarou que a “Operação Leão Ascendente” tem como objetivo enfraquecer drasticamente as capacidades militares do Irã e proteger a existência de Israel diante de uma ameaça existencial.
Em comunicado divulgado por vídeo nesta sexta-feira, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), general Effie Defrin, declarou que os ataques realizados contra o Irã tiveram caráter preventivo. Segundo ele, a decisão foi baseada em informações de inteligência que revelaram um suposto plano iraniano de longo prazo para atacar Israel.
Defrin afirmou que Teerã estaria acelerando seu programa nuclear com o objetivo de obter armamento atômico, além de expandir significativamente seu arsenal de mísseis balísticos. O Irã também estaria, segundo o porta-voz, fortalecendo grupos aliados na região com recursos e armamentos para atuar contra o Estado israelense.
O general ainda afirmou que o ataque israelense atingiu alvos estratégicos da cúpula militar iraniana. Entre os mortos estariam o chefe do Estado-Maior do Irã, Mohammad Bagheri, o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o chefe do Comando de Emergência, Gholamali Rashid. Outros altos oficiais também teriam sido eliminados, segundo ele, mas seus nomes ainda não foram divulgados.
Além disso, Defrin declarou que Israel conseguiu neutralizar importantes sistemas de defesa aérea iranianos, enfraquecendo a capacidade de resposta do país persa.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram que a ofensiva contra o Irã deverá continuar pelos próximos dias. De acordo com os militares israelenses, a primeira fase envolveu cerca de 200 caças, que lançaram mais de 330 tipos diferentes de armamentos contra mais de 100 alvos estratégicos no território iraniano.
Entre os alvos estariam centros de comando militar, instalações nucleares e posições ligadas à liderança iraniana. A operação, segundo especialistas, não tem apenas o objetivo de impedir o avanço do programa nuclear do Irã, mas também busca enfraquecer sua capacidade de reação e, possivelmente, abalar as estruturas do regime.
Matthew Savill, diretor de Ciências Militares do Royal United Services Institute (RUSI), no Reino Unido, avaliou que a dimensão dos ataques demonstra a intenção de Israel de aplicar um golpe significativo à infraestrutura militar iraniana. “Além de enviar um sinal de dissuasão, os alvos escolhidos indicam uma tentativa clara de limitar a resposta iraniana e desestabilizar seu aparato militar e político”, afirmou.
Savill também destacou o enorme esforço logístico envolvido na operação. “Israel empregou a maior parte de sua frota de aeronaves de ataque de longo alcance, o que revela sua superioridade militar. No entanto, manter esse ritmo por um período prolongado será um desafio até mesmo para suas forças aéreas”, completou.
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Segundo o analista militar britânico Matthew Savill, o Irã pode optar por uma resposta gradual, distribuída em diferentes etapas, utilizando principalmente mísseis balísticos — considerados pelos especialistas como sua arma mais eficaz para causar danos significativos a Israel. Já ataques com drones e mísseis de cruzeiro enfrentariam maiores dificuldades, devido à robusta defesa aérea israelense. Por isso, uma das prioridades da ofensiva israelense tem sido neutralizar bases de lançamento e sistemas de defesa iranianos, prevenindo possíveis represálias.
Savill também alertou para o risco de ampliação do conflito, caso Teerã suspeite da participação direta dos Estados Unidos ou de aliados ocidentais nas ações de Israel. “Se o Irã entender que Washington está envolvido, ainda que indiretamente, pode mirar alvos como a Quinta Frota da Marinha americana, no Bahrein, ou bases aéreas dos EUA no Catar — movimentos que inevitavelmente ampliariam o conflito e envolveriam outros países”, avaliou.
Ataques entre Israel e Irã ameaçam interromper negociações nucleares com os Estados Unidos
A recente escalada militar entre Israel e Irã lançou incertezas sobre o futuro das negociações diplomáticas que visavam conter o programa nuclear iraniano. Os bombardeios israelenses, seguidos por uma forte retaliação de Teerã, ocorreram em um momento delicado, quando os Estados Unidos buscavam retomar o diálogo com o governo iraniano.
O presidente Donald Trump vinha sinalizando interesse em reabrir canais diplomáticos para estabelecer um novo acordo que limitasse o avanço do Irã em direção à capacidade de produzir armas nucleares — um esforço que encontra resistência histórica por parte de Israel, que sempre expressou ceticismo quanto à eficácia de pactos com o regime iraniano.
Especialistas alertam para o colapso do diálogo
Analistas internacionais avaliam que os ataques israelenses não apenas elevaram a tensão regional, mas também colocaram em xeque meses de esforços diplomáticos dos EUA e aliados europeus. A perda de confiança mútua e a crescente hostilidade podem afastar qualquer possibilidade de retomada das negociações em curto prazo.
“É difícil imaginar o Irã se sentando à mesa com os EUA enquanto suas instalações são bombardeadas e seus comandantes mortos”, afirmou um ex-negociador ocidental em condição de anonimato. Ele acrescenta que, mesmo com pressão internacional, “o custo político interno de dialogar agora seria inaceitável para Teerã”.
Cenário incerto e risco de ruptura duradoura
Com o fracasso iminente das tratativas, aumentam as chances de o Irã avançar de forma acelerada em seu programa nuclear como forma de demonstração de força. Ao mesmo tempo, Israel pode interpretar essa movimentação como justificativa para continuar ou intensificar suas ações militares.
Diplomatas europeus envolvidos em negociações anteriores expressaram preocupação com o colapso total do processo diplomático. Segundo fontes da União Europeia, o bloco tentará intermediar novos contatos, mas reconhece que o cenário é “profundamente instável” e pode exigir meses para qualquer reaproximação significativa.
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