Quem é o “Careca do INSS”
Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, é um influente lobista que atua nos bastidores de Brasília. Ex-superintendente de marketing de uma grande empresa do setor de planos de saúde, ele ganhou notoriedade por sua forte atuação junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Antunes está no centro de uma investigação da Polícia Federal que apura o pagamento de propinas a diretores do INSS em troca de facilidades para entidades envolvidas em um esquema bilionário de descontos indevidos sobre benefícios de aposentados.
Documentos revelam que a Prospect, empresa de consultoria comandada por ele, mantinha um contrato com o Cebap — uma das entidades investigadas — garantindo uma comissão de 27,5% sobre os valores descontados mensalmente de aposentados.
Após a formalização do acordo, o faturamento do Cebap disparou: saltou de R$ 574 mil para R$ 9,9 milhões por mês em apenas dez meses.
As investigações apontam que Antunes teria repassado propina a três ex-integrantes da cúpula do INSS: o ex-diretor de Benefícios, André Fidelis; o ex-diretor de Integridade, Alexandre Guimarães; e o ex-procurador-geral do órgão, Virgílio Oliveira Filho.
Em São Paulo – Investigado por envolvimento em um esquema de fraudes bilionárias contra aposentados, Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, figura como peça-chave nas apurações da Polícia Federal. Ele é sócio de uma empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas que, em um curto intervalo de dois meses, adquiriu quatro imóveis no Brasil — três apartamentos em São Paulo e um terreno em Brasília — totalizando R$ 11 milhões em transações.
As compras aconteceram entre junho e julho de 2024, período em que o esquema de descontos fraudulentos no INSS estava em pleno funcionamento, conforme revelou o portal Metrópoles. Os bens foram adquiridos pela offshore Camilo & Antunes Limited, registrada em paraíso fiscal e ligada a Antonio Carlos Camilo Antunes e Ricardo Lobo Cavalcanti de Albuquerque. Segundo a Polícia Federal, há fortes indícios de que as transações tenham servido para ocultar a origem ilícita de recursos, caracterizando possível lavagem de dinheiro.
No relatório da Polícia Federal, os investigadores destacam que a proximidade entre as compras e o auge do esquema no INSS, aliada ao uso de uma empresa offshore registrada nas Ilhas Virgens Britânicas e ao elevado montante das transações, aumenta a suspeita de que os bens foram adquiridos para mascarar a origem ilegal do dinheiro. As Ilhas Virgens, localizadas no Caribe, são amplamente conhecidas por seu sigilo bancário e por abrigarem estruturas utilizadas para evasão fiscal e lavagem de ativos.
Investigado pela Polícia Federal, o lobista ligado ao INSS acumulou milhões de reais em comissões por intermediar descontos indevidos em benefícios de aposentados — segundo os investigadores, ele recebia até 27,5% de cada valor retido pelas associações envolvidas no esquema. Um ex-diretor do instituto teria recebido R$ 5,1 milhões em repasses feitos pelo lobista e por entidades sob suspeita.
Entre os desdobramentos, a Justiça determinou a retenção do passaporte do empresário após sua volta da Europa, medida cautelar solicitada pela PF. De acordo com o inquérito, o lobista movimentou ao menos R$ 12 milhões provenientes de uma associação e de um empresário também investigados.
As investigações revelam ainda que, em apenas uma semana de junho de 2024, a empresa ligada ao lobista adquiriu dois imóveis de alto padrão: um terreno de 240 m² na Asa Sul, em Brasília, por R$ 4 milhões, e um duplex de 514 m² no Jardim Paulista, área nobre da capital paulista, por R$ 5 milhões.
Segundo a investigação, dois apartamentos foram adquiridos no mesmo edifício localizado na Avenida Ibijaú, zona sul de São Paulo. As compras ocorreram nos dias 4 e 16 de julho de 2024, com a empresa Camilo & Antunes Limited pagando R$ 2 milhões pelos dois imóveis.
A Polícia Federal também confirmou que Antonio Carlos Camilo Antunes realizou a compra de uma residência no Lago Sul, área nobre de Brasília, utilizando dinheiro em espécie. O imóvel, avaliado em R$ 3,3 milhões, foi demolido pouco tempo após a aquisição, ocorrida em junho do mesmo ano.
Publicar comentário