Ministro da Justiça destaca histórico de colaboração entre os dois países como base para a extradição de Zambelli.
Na última quarta-feira (5), João Zambelli, filho da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), divulgou um vídeo em que critica duramente as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Aos 17 anos, o jovem afirmou estar vivendo um momento de “angústia” e se disse “revoltado” com o que considera uma perseguição contra sua mãe.
No vídeo, João reage às recentes medidas judiciais que atingem Carla Zambelli, incluindo a decretação de sua prisão preventiva, além do bloqueio de perfis em redes sociais e contas bancárias, por determinação do STF.
“O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, declarou nesta sexta-feira (13) que a extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) deve ocorrer em breve. Atualmente foragida, Zambelli está na Itália, onde já é alvo de buscas pelas autoridades locais.
Segundo Lewandowski, o pedido formal de extradição foi encaminhado ao governo italiano, que está colaborando com as investigações. “As autoridades italianas já têm informações sobre o possível paradeiro da deputada, e há expectativa de que ela seja localizada e trazida de volta ao Brasil em pouco tempo”, afirmou o ministro durante um evento acadêmico.
Carla Zambelli alegou que sua cidadania italiana a protegeria de uma possível extradição. No entanto, o ministro Ricardo Lewandowski rebateu a afirmação, destacando que Brasil e Itália mantêm uma sólida tradição de colaboração jurídica. “Há precedentes relevantes de cooperação entre os dois países, amparados por um tratado bilateral. A dupla nacionalidade, conforme previsto nesse acordo, não representa obstáculo à extradição”, explicou o ministro.
Segundo o ministro da Justiça, a legislação italiana não impede que cidadãos do país sejam extraditados, especialmente em casos que envolvem tratados internacionais. Lewandowski lembrou ainda que o Brasil já atendeu a pedidos semelhantes no passado — como no caso do ex-ativista Cesare Battisti, entregue às autoridades italianas — e afirmou que espera a mesma cooperação agora, com base no princípio da reciprocidade.
Zambelli sob pressão internacional
Após deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos e, posteriormente, à Itália, Carla Zambelli tenta escapar de uma condenação de 10 anos de prisão. Ela é acusada de envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o que a colocou no centro de uma investigação que mobiliza tanto autoridades policiais quanto diplomatas dos dois países.
A deputada licenciada Carla Zambelli, que possui cidadania italiana, teve sua prisão preventiva ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a inclusão de seu nome na lista vermelha da Interpol, ela passou a ser formalmente procurada em território italiano. Após o esgotamento dos recursos judiciais, a medida cautelar foi convertida em prisão definitiva.
Na quinta-feira (12), o embaixador brasileiro em Roma, Renato Mosca, declarou que Zambelli “pode ser detida a qualquer momento”. Segundo ele, sua única forma de evitar a prisão tem sido se manter reclusa em residências ou hotéis, já que, em locais públicos, as autoridades italianas estão autorizadas a capturá-la mesmo sem um mandado específico, com base na solicitação internacional de busca.
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